quinta-feira, 3 de julho de 2014

Cotas raciais e o racismo do movimento de negros




Um dos debates sociais mais importantes da contemporaneidade brasileira é a questão do acesso à universidade por parte das populações menos favorecidas, que são em sua maioria os negros, pois estão em uma situação de clara desvantagem em relação a outras etnias, principalmente os brancos, quando se trata em educação universitária.

Necessário é garantir a oportunidade das diversas etnias de terem acesso à universidade, de forma democrática e republicana no sentido de res publica, que significa “cuidado com a coisa pública”.
Os movimentos negros desde o fim dos anos 1980, vendo a disparidade de negros na universidade, pedem por cotas raciais para permitir o ingresso dos negros nas universidade, que aos seus olhos, era em si um local elitista, racista, e que com uma “meritocracia injusta” nas palavras do frei David, impedia o acesso ao negro. Portanto, urgia facilitar o acesso do negro ao ensino universitário através das cotas, que repararia a opressão que o negro sofreu durante séculos de escravização e marginalização social na sociedade brasileira. Propõe políticas públicas artificiais para solucionar o problema, clamando a intervenção do Estado na questão.

Cabe matizarmos essa argumentação acima. Primeiramente, devemos pensar no papel da universidade na sociedade. Ela, primeiramente, tem o papel de desenvolver a pesquisa científica em diversos ramos do conhecimento social para o desenvolvimento em diversos ramos de toda uma comunidade. Para que essa tarefa se realize, é necessário que a universidade recrute para seus quadros pessoas que possuem pré-requisito educacional e intelectual para desenvolver tais pesquisas. Por isso ela necessariamente tem que ter um caráter meritocrático em sua admissão. Portanto, deve passar ao largo de questões étnicas-raciais da sociedade, e não deve ser local de compensações de supostas “dividas históricas”.

Nesta questão, a universidade cumpre seu papel meritocrático isento de qualquer critério outro que não seja o conhecimento adquirido pelos pleiteantes à vaga universitária com o vestibular, que é impessoal e não questiona a etnia ou procedência da pessoa que o presta, apenas deseja saber se o pré-requisito do conhecimento adquirido está de acordo com o que a universidade exige.

Isso não significa estar a universidade descolada do que ocorre ao seu redor, como um ser que paira acima da sociedade. Ao contrário, ela etá completamente integrada na questão social quando olhamos o resultado, a questão de quem está dentro da universidade pública. Ao olharmos, vemos que as pessoas que conseguiram nela entrar em sua maior parte são pessoas que tiveram a possibilidade de pagar por uma educação de qualidade. Isso mostra que o Estado não cumpre bem o seu papel fundamental na educação, pois mesmo pagando os mais altos impostos do mundo, quem deseja ter uma educação de qualidade, tem que pagar uma escola particular para obtê-la.

Portanto, se percebe que o problema fundamental está na relação que o Estado e a sociedade tem com a educação de base. Em um país onde mais de 70% dos alunos concluem o ensino médio sendo analfabetos funcionais, e por volta de 50% dos universitários também o são, estando ranqueado entre os últimos em qualidade educacional no mundo, está muito claro que a questão maior não é a universidade, mas sim o ensino básico deficiente ofertado pelo governo para a maior parte da população, que não fornece os pré-requisitos intelectuais necessários para possibilitar autonomia ao indivíduo.

Como o governo é especialista em quebrar a perna do cidadão, e depois oferecer muletas argumentando que “sem mim você não andaria”, para ele é interessante não resolver uma questão espinhosa e pouco eleitoreira que é a educação para dizer que solucionará o problema do acesso à universidade fornecendo cotas, o que sem dúvida é uma medida de mais impacto imediatista, marketeira e eleitoreira. E para isso, é mais positivo incentivar pautas do movimento negro, que tem em suas lideranças pessoas ávidas por estar dentro da estrutura do Estado para poder influenciar políticas públicas. Então, o problema passa a ser maior do que cotas ou não cotas. A questão que deve nortear esse debate é a atuação do Estado dentro da educação e de grupos do movimento negro que promovem a política de cotas como instrumento de poder para alcançar influência dentro do Estado.

Para isso, temos que analisar uma questão fundamental: quem são os maiores financiadores das ONG s de movimento negro mais eminentes? Essas ONGs em sua grande parte tem um forte financiamento estatal. Agora se perguntem, o Estado daria dinheiro para esses grupos se sua política não interessasse à ele? Claro que não.

O Estado financia certas lideranças e grupos e os favorece para a implementação de pautas como cotas porque com isso obterá três vantagens:
1- dará a impressão que está interessada nos negros como agentes políticos
2- desviará o foco da educação básica
3- incentivará a estereotipagem inversa da identidade do “negro”.

Essa estereotipagem inversa da identidade do negro significa que o negro que quiser ser considerado negro de fato terá que apoiar as pautas desses movimentos afirmativos, que dizem lutar por todos os negros, que se auto intitulam representantes de toda uma raça. Mas como uma raça é composta de indivíduos diferenciados, com valores e pensamentos diversos,m devemos entender que é necessário uma seleção do que é ser “bom” ou “mal” negro para esses grupos passa a moldar essa identidade. 

Para essa gente, claro, só pode ser bom o negro que está “em luta”, e apenas luta o bom combate aqueles que lutam as guerras que esse movimento decide que devem ser guerreadas, se discorda das pautas do movimento negro, como as cotas, esse negro é chamado de “negro de alma branca”, o que significa estar vendido ao outro lado, ou seja, só pode ser alienado, ou mal intencionado. O movimento negro cumpre o papel de capitão-do-mato do próprio negro, ao tirar a liberdade do negro de ser um indivíduo autônomo que pensa por si e chega as suas próprias conclusões. Ou se pensa por sua cartilha ou é menos do que humano, digno de desprezo.

Por isso é equivocado chamar esse movimento de “movimento negro”, pois esse título tem a intenção de dizer que as lideranças do movimento negro devem monopolizar e dirigir todo o pensamento dos negros, sem haver possibilidade de discordância. Esse movimento deve sim ser chamado de “movimento de negros”, pois apenas alguns negros que compartilham de suas ideias e se associam voluntariamente à eles, ou seja, não representando todos os negros, apenas aqueles que se associam ou se simpatizam com suas ideias. Por isso a partir de agora, chamarei esse movimento de “movimento de negros”.

Camiseta 4P (Poder Para o Povo Preto):
racismo simbólico que põe a raça acima
 da cidadania


Claramente esses movimentos de negros tem uma pauta de poder. As camisetas 4P (poder para o povo preto) não são por acaso. Desejam dominar as estruturas do Estado para que possam realizar seus intentos. Iludidos com o poder do Leviatã, do Estado onipotente que tudo pode com apenas uma canetada, sonham em dirigir a sociedade, achando-se capazes de poder comandar através de suas estruturas todo o corpo social, apostando na tática de dividir para dominar, apostando em um confronto racial, uma versão racialista da luta de classes marxista, pregando muitas vezes o ódio racial inverso ou a punição à “negros dissidentes”, versão repaginada dos “negros fujões” das plantations da era colonial. Exemplo disso é quando a ex-ministra da igualdade racial, Matilde Ribeiro, disse em uma entrevista à BBC, considera natural à discriminação de negros contra brancos ao dizer que  A reação de um negro de não querer conviver com um branco, ou não gostar de um branco, eu acho uma reação natural, embora eu não esteja incitando isso. Não acho que seja uma coisa boa. Mas é natural que aconteça, porque quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou.”


Mas a ministra se esquece de que a esmagadora maioria dos brancos de hoje não tiveram um passado de escravização dos negros. Grande parte dos brancos de hoje vieram de famílias imigrantes, que chegaram aqui em uma situação de penúria e estavam quase tão mal socialmente quanto os negros. E o que dizer dos japoneses, que chegaram aqui extremamente discriminados e conseguiram se tornar um grupo bastante representativo na sociedade brasileira, sendo apenas 5% da população e 30% dos estudantes das melhores universidades do país? E dos judeus que, discriminados durante toda a historia europeia, foram sempre os mais ricos e eminentes comerciantes da Europa moderna e contemporânea, sendo o povo com o maiores número de nobel no mundo, com 3% da população? Esses brancos açoitaram quem? Será que também, como os negros, não foram açoitados, mas se sobressaíram depois?

Além da fala racista da ministra, há demonstrações claras de que o movimento de negros em sua maioria busca um revanchismo contra os brancos, tendo um discurso de incentivo à vingança e o ódio. Exemplo claro é o vídeo “cotas, essa conversa não é sobre você”, que discrimina os brancos, ao, primeiro, querer impedir os brancos de participar do debate público sobre cotas, um assunto que os afeta diretamente, além de estereotipar todos os brancos como playboys ricos, sendo que a maioria dos pais de filhos brancos precisam trabalhar incessantemente para alcançar os sonhos de formar o filho e viver uma vida sem luxos para poder, quando pode, pagar uma escola digna ao sei filho, para ver os seus esforços frustrados por uma reserva de cotas racista e injusta em sua própria formulação.

Nesse vídeo, se vê uma fala que incentiva o revanchismo
por parte dos negros contra os brancos.

As perseguições racistas ao Joaquim Barbosa por contrariar os interesses do PT, aliado de longa data de diversos movimentos de negros, mostra bem como o negro que tem posições políticas diferentes do movimento negro deve ser tratado com desprezo, e mesmo sofrendo ataques racistas dos próprios negros. Quando durante o julgamento do mensalão o ministro do STF começou a sofrer ataques racistas sistemáticos, tendo sido chamado de “capitão do mato”, “negro traidor”, “negro ingrato”, não se viu nenhuma defesa do movimento de negros ao Joaquim. Ao contrário, vimos um deputado negro do PT dizer o seguinte: “Negros que usam o chicote para bater em outros negros não são meus irmãos. O Joaquim Barbosa não é meu irmão”.  Na lógica distorcida do deputado petista, o negro que Joaquim Barbosa chicoteou é nada mais nada menos do que... José Dirceu.

  
E onde estava a defesa dos movimentos de negros quando Heraldo Pereira, o primeiro negro a estar na bancada do Jornal Nacional, processou por uma injúria racista o jornalista Paulo Henrique Amorim, que chamou o jornalista da Globo de “negro de alma branca”? Defendendo o Paulo Henrique Amorim, com o argumento de que Paulo Henrique Amorim estava sendo oprimido e não era racista, mas Heraldo Pereira sim era racista, pois trabalhava na Globo. Então, para essa gente, o negro que trabalha na Globo não é negro, é apenas um ser que não vale nada e deve ser ofendido mesmo com ataques racistas. Vejam a entrevista no link abaixo e vejam como funciona a arte, por parte do movimento de negros, de transformar a vítima do racismo no culpado, e o autor do ato de racismo, a vítima da opressão.


Prova maior que o movimento de negros defendem apenas as suas pautas e os negros que as defendem e estão pouco se importando com o negro que as critica ou não se enquadra dentro dos padrões estabelecidos do que é ser negro na visão desses movimentos, foi quando um comerciante carioca foi acusado de racismo por vender a boneca negra mais barata do que a branca, como se o comerciante tivesse culpa de haver maior procura pelas bonecas brancas. Percebe-se que o movimento de negros está mais preocupado em defender bonecas do racismo que gente de carne e osso, se isso interessar suas políticas racialistas

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Sobre as cotas raciais, aonde as cotas foram implementadas, não deram certo. Fracassaram na Índia, Nigéria, e nos EUA. Fracassaram por um simples motivo, explicado por Mises, que diz que políticas públicas que buscam moldar uma sociedade frequentemente alcançam os resultados inversamente proporcionais aos que desejam. E Thomas Sowel completa, com o brilhantismo que lhe é habitual, que a idéia de que a cota é temporária e perdurará até a igualdade racial ser alcançada é impossível visto que nenhuma sociedade isso foi alcançado, portanto, as cotas tendem a ser uma política eterna (explicar as contradições da cota).

E essa política eterna interessa a certos grupos políticos, incluindo movimentos de negros, para manter o negro sob seu domínio ideológico, que busca uma política de busca do espaço do negro através da política de estratificação social, ganhando “feudos” para os negros, reservas de mercado e de posicionamentos que vão de encontro à meritocracia.

Como escapar dessa tentativa de dominação e haver uma verdadeira liberdade do negro? A única forma é construir uma sociedade meritocrática, onde o que vale é a capacidade individual de cada um, não quaisquer outros atributos, seja a etnia, a orientação sexual ou quaisquer outras coisas. Para isso poder começar a ser realizado, o negro e as minorias oprimidas não tem que exigir que o Estado as proteja com reservas de mercado ou leis que os beneficie, mas sim que o Estado cumpra o seu papel mínimo. A meritocracia social absoluta é impossível, pois há diversos fatores sociais e de nascimento que beneficiam uns e prejudicam outros, porém, possibilitar e incentivar a ascensão social pelo mérito individual é a base da construção de uma sociedade que os indivíduos sempre almejem a excelência.

Para que isso possa ser possível, é fundamental que se forneça de fato uma educação de qualidade à todos, permitindo uma igualdade de oportunidades tanto para o pobre quanto para o rico. Mas quem faz esse tipo de colocação é o cidadão. Tornar o negro igual ao branco socialmente é fazê-lo ver além da cor da pele, é fazê-lo ver que somente se posicionando como cidadão que exige igualdade perante à lei e que o Estado cumpra seu papel mínimo e o deixe livre para realizar seus próprios fins e objetivos é que haverá real emancipação do negro. Quando, como Morgan Freeman, nos recusarmos a comemorar dias da Consiciencia Negra e nos recusarmos a aceitar coisas abjetas como “hino à negritude” é que nos veremos como iguais. É quando o negro se torna não mais membro coletivo de uma etnia, mas sim cidadão.

A ciência provou que o conceito de raça, criado no século XIX, é um fato superado. Neguinho da Beija Flor, por exemplo, tem 70% de DNA branco, e um nazista declarado norte-americano possui 40% de DNA negro. Essa descoberta é um alivio, pois os maiores crimes do século XX se deram em nome de ideologias políticas, do Estado e em defesa de uma raça. Esses três elementos são os eixos basilares do movimento negro (falar do conceito de raça).

Por isso, o sonho do Martin Luther King, que deseja que um dia seus filhos sejam vistos não pela sua cor da pele, mas pelo seu caráter, é o real ideal que deve ser buscado em uma sociedade democrática e que não faz da sua especificidade étnica fronteiras a serem erguidas ou uma comunidade em conflito com outras por causa de sua cor da pele, mas sim experiências enriquecedoras e agregadoras para uma comunidade que aceite as diferenças dentro de limites éticos como uma riqueza social a ser cultivada.
Para finalizar a questão do quão nefasto é o racismo, mesmo com supostas boas intenções de reparação de uma dívida histórica, dois textos de Ayn Rand:

«Hoje, o racismo é considerado crime se praticado por uma maioria — mas um direito inalienável se praticado por uma minoria. A noção de que a cultura de alguém é superior a todas as outras porque representa as tradições de seus ancestrais é considerada chauvinismo se adotada por uma maioria — mas será chamada de orgulho “étnico” se adotada por uma minoria. A resistência à mudança e ao progresso é considerada reacionária se manifestada por uma maioria — mas regredir a uma aldeia dos Bálcãs, a uma tenda indígena ou à selva é aclamado se isso é expresso por uma minoria.»
«O racismo é a mais baixa, a mais cruelmente primitiva forma de coletivismo. É a noção de atribuir um significado moral, social ou político à linhagem genética de uma pessoa — a noção de que os traços intelectuais e de caráter de um indivíduo são produzidos e transmitidos pela química interna de seu corpo. O que quer dizer, na prática, que uma pessoa não deve ser julgada por seu próprio caráter e suas próprias ações, mas pelo caráter e pelas ações de uma coletividade de ancestrais.

O racismo alega que o conteúdo de uma mente humana (não seu aparato cognitivo, mas seu conteúdo) é herdado; que as convicções, valores e caráter são determinados antes que a pessoa nasça, por fatores físicos além do seu controle. Essa é a versão do homem das cavernas para a doutrina das idéias inatas — ou do conhecimento herdado — que foi completamente refutada pela filosofia e pela ciência. O racismo é uma doutrina de brutos, por brutos e para brutos. É uma versão de celeiro ou de fazenda de gado do coletivismo, apropriada para uma mentalidade que sabe a diferença entre as várias raças de animais, mas não a diferença entre animais e seres humanos.

Como todas as formas de determinismo, o racismo invalida o atributo específico que distingue o ser humano de todas as outras espécies vivas: sua capacidade racional. O racismo nega dois aspectos da vida humana: a razão e a escolha, ou a mente e a moralidade, substituindo-os pela predestinação química.»



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