Um dos
debates sociais mais importantes da contemporaneidade brasileira é
a questão do acesso à universidade por parte das
populações menos favorecidas, que são em sua
maioria os negros, pois estão em uma situação de
clara desvantagem em relação a outras etnias,
principalmente os brancos, quando se trata em educação
universitária.
Necessário
é garantir a oportunidade das diversas etnias de terem acesso
à universidade, de forma democrática e republicana no
sentido de res publica, que significa “cuidado com a
coisa pública”.
Os
movimentos negros desde o fim dos anos 1980, vendo a disparidade de
negros na universidade, pedem por cotas raciais para permitir o
ingresso dos negros nas universidade, que aos seus olhos, era em si
um local elitista, racista, e que com uma “meritocracia injusta”
nas palavras do frei David, impedia o acesso ao negro. Portanto,
urgia facilitar o acesso do negro ao ensino universitário
através das cotas, que repararia a opressão que o negro
sofreu durante séculos de escravização e
marginalização social na sociedade brasileira. Propõe
políticas públicas artificiais para solucionar o
problema, clamando a intervenção do Estado na questão.
Cabe
matizarmos essa argumentação acima. Primeiramente,
devemos pensar no papel da universidade na sociedade. Ela,
primeiramente, tem o papel de desenvolver a pesquisa científica
em diversos ramos do conhecimento social para o desenvolvimento em
diversos ramos de toda uma comunidade. Para que essa tarefa se
realize, é necessário que a universidade recrute para
seus quadros pessoas que possuem pré-requisito educacional e
intelectual para desenvolver tais pesquisas. Por isso ela
necessariamente tem que ter um caráter meritocrático em
sua admissão. Portanto, deve passar ao largo de questões
étnicas-raciais da sociedade, e não deve ser local de
compensações de supostas “dividas históricas”.
Nesta
questão, a universidade cumpre seu papel meritocrático
isento de qualquer critério outro que não seja o
conhecimento adquirido pelos pleiteantes à vaga universitária
com o vestibular, que é impessoal e não questiona a
etnia ou procedência da pessoa que o presta, apenas deseja
saber se o pré-requisito do conhecimento adquirido está
de acordo com o que a universidade exige.
Isso não
significa estar a universidade descolada do que ocorre ao seu redor,
como um ser que paira acima da sociedade. Ao contrário, ela
etá completamente integrada na questão social quando
olhamos o resultado, a questão de quem está dentro da
universidade pública. Ao olharmos, vemos que as pessoas que
conseguiram nela entrar em sua maior parte são pessoas que
tiveram a possibilidade de pagar por uma educação de
qualidade. Isso mostra que o Estado não cumpre bem o seu papel
fundamental na educação, pois mesmo pagando os mais
altos impostos do mundo, quem deseja ter uma educação
de qualidade, tem que pagar uma escola particular para obtê-la.
Portanto,
se percebe que o problema fundamental está na relação
que o Estado e a sociedade tem com a educação de base.
Em um país onde mais de 70% dos alunos concluem o ensino médio
sendo analfabetos funcionais, e por volta de 50% dos universitários
também o são, estando ranqueado entre os últimos
em qualidade educacional no mundo, está muito claro que a
questão maior não é a universidade, mas sim o
ensino básico deficiente ofertado pelo governo para a maior
parte da população, que não fornece os
pré-requisitos intelectuais necessários para
possibilitar autonomia ao indivíduo.
Como o
governo é especialista em quebrar a perna do cidadão, e
depois oferecer muletas argumentando que “sem mim você não
andaria”, para ele é interessante não resolver uma
questão espinhosa e pouco eleitoreira que é a educação
para dizer que solucionará o problema do acesso à
universidade fornecendo cotas, o que sem dúvida é uma
medida de mais impacto imediatista, marketeira e eleitoreira. E para
isso, é mais positivo incentivar pautas do movimento negro,
que tem em suas lideranças pessoas ávidas por estar
dentro da estrutura do Estado para poder influenciar políticas
públicas. Então, o problema passa a ser maior do que
cotas ou não cotas. A questão que deve nortear esse
debate é a atuação do Estado dentro da educação
e de grupos do movimento negro que promovem a política de
cotas como instrumento de poder para alcançar influência
dentro do Estado.
Para
isso, temos que analisar uma questão fundamental: quem são
os maiores financiadores das ONG s de movimento negro mais
eminentes? Essas ONGs em sua grande parte tem um forte financiamento
estatal. Agora se perguntem, o Estado daria dinheiro para esses
grupos se sua política não interessasse à ele?
Claro que não.
O Estado
financia certas lideranças e grupos e os favorece para a
implementação de pautas como cotas porque com isso
obterá três vantagens:
1- dará
a impressão que está interessada nos negros como
agentes políticos
2-
desviará o foco da educação básica
3-
incentivará a estereotipagem inversa da identidade do “negro”.
Essa
estereotipagem inversa da identidade do negro significa que o negro
que quiser ser considerado negro de fato terá que apoiar as
pautas desses movimentos afirmativos, que dizem lutar por todos os
negros, que se auto intitulam representantes de toda uma raça.
Mas como uma raça é composta de indivíduos
diferenciados, com valores e pensamentos diversos,m devemos entender
que é necessário uma seleção do que é
ser “bom” ou “mal” negro para esses grupos passa a moldar
essa identidade.
Para essa gente, claro, só pode ser bom o
negro que está “em luta”, e apenas luta o bom combate
aqueles que lutam as guerras que esse movimento decide que devem ser
guerreadas, se discorda das pautas do movimento negro, como as cotas,
esse negro é chamado de “negro de alma branca”, o que
significa estar vendido ao outro lado, ou seja, só pode ser
alienado, ou mal intencionado. O movimento negro cumpre o papel de
capitão-do-mato do próprio negro, ao tirar a liberdade
do negro de ser um indivíduo autônomo que pensa por si e
chega as suas próprias conclusões. Ou se pensa por sua
cartilha ou é menos do que humano, digno de desprezo.
Por isso
é equivocado chamar esse movimento de “movimento negro”,
pois esse título tem a intenção de dizer que as
lideranças do movimento negro devem monopolizar e dirigir todo
o pensamento dos negros, sem haver possibilidade de discordância.
Esse movimento deve sim ser chamado de “movimento de negros”,
pois apenas alguns negros que compartilham de suas ideias e se
associam voluntariamente à eles, ou seja, não
representando todos os negros, apenas aqueles que se associam ou se
simpatizam com suas ideias. Por isso a partir de agora, chamarei esse
movimento de “movimento de negros”.
Camiseta 4P (Poder Para o Povo Preto):
racismo simbólico que põe a raça acima
da cidadania
Claramente
esses movimentos de negros tem uma pauta de poder. As camisetas 4P
(poder para o povo preto) não são por acaso. Desejam
dominar as estruturas do Estado para que possam realizar seus
intentos. Iludidos com o poder do Leviatã, do Estado
onipotente que tudo pode com apenas uma canetada, sonham em dirigir a
sociedade, achando-se capazes de poder comandar através de
suas estruturas todo o corpo social, apostando na tática de
dividir para dominar, apostando em um confronto racial, uma versão
racialista da luta de classes marxista, pregando muitas vezes o ódio
racial inverso ou a punição à “negros
dissidentes”, versão repaginada dos “negros fujões”
das plantations da era colonial. Exemplo disso é quando a
ex-ministra da igualdade racial, Matilde Ribeiro, disse em uma
entrevista à BBC, considera natural à discriminação
de negros contra brancos ao dizer que “ A
reação de um negro de não querer conviver com um
branco, ou não gostar de um branco, eu acho uma reação
natural, embora eu não esteja incitando isso. Não acho
que seja uma coisa boa. Mas é natural que aconteça,
porque quem foi açoitado a vida inteira não tem
obrigação de gostar de quem o açoitou.”
Mas
a ministra se esquece de que a esmagadora maioria dos brancos de hoje
não tiveram um passado de escravização dos
negros. Grande parte dos brancos de hoje vieram de famílias
imigrantes, que chegaram aqui em uma situação de
penúria e estavam quase tão mal socialmente quanto os
negros. E o que dizer dos japoneses, que chegaram aqui extremamente
discriminados e conseguiram se tornar um grupo bastante
representativo na sociedade brasileira, sendo apenas 5% da população
e 30% dos estudantes das melhores universidades do país? E dos
judeus que, discriminados durante toda a historia europeia, foram
sempre os mais ricos e eminentes comerciantes da Europa moderna e
contemporânea, sendo o povo com o maiores número de
nobel no mundo, com 3% da população? Esses brancos
açoitaram quem? Será que também, como os negros,
não foram açoitados, mas se sobressaíram depois?
Além
da fala racista da ministra, há demonstrações
claras de que o movimento de negros em sua maioria busca um
revanchismo contra os brancos, tendo um discurso de incentivo à
vingança e o ódio. Exemplo claro é o vídeo “cotas, essa conversa não é sobre você”, que
discrimina os brancos, ao, primeiro, querer impedir os brancos de
participar do debate público sobre cotas, um assunto que os
afeta diretamente, além de estereotipar todos os brancos como
playboys ricos, sendo que a maioria dos pais de filhos brancos
precisam trabalhar incessantemente para alcançar os sonhos de
formar o filho e viver uma vida sem luxos para poder, quando pode,
pagar uma escola digna ao sei filho, para ver os seus esforços
frustrados por uma reserva de cotas racista e injusta em sua própria
formulação.
Nesse vídeo, se vê uma fala que incentiva o revanchismo
por parte dos negros contra os brancos.
As
perseguições racistas ao Joaquim Barbosa por contrariar
os interesses do PT, aliado de longa data de diversos movimentos de
negros, mostra bem como o negro que tem posições
políticas diferentes do movimento negro deve ser tratado com
desprezo, e mesmo sofrendo ataques racistas dos próprios
negros. Quando durante o julgamento do mensalão o ministro do
STF começou a sofrer ataques racistas sistemáticos,
tendo sido chamado de “capitão do mato”, “negro
traidor”, “negro ingrato”, não se viu nenhuma defesa do
movimento de negros ao Joaquim. Ao contrário, vimos um
deputado negro do PT dizer o seguinte: “Negros
que usam o chicote para bater em outros negros não são
meus irmãos. O Joaquim Barbosa não é meu irmão”. Na lógica distorcida do deputado petista, o negro que Joaquim Barbosa chicoteou é nada mais nada menos do que... José Dirceu.
E
onde estava a defesa dos movimentos de negros quando Heraldo Pereira,
o primeiro negro a estar na bancada do Jornal Nacional, processou por
uma injúria racista o jornalista Paulo Henrique Amorim, que
chamou o jornalista da Globo de “negro de alma branca”?
Defendendo o Paulo Henrique Amorim, com o argumento de que Paulo
Henrique Amorim estava sendo oprimido e não era racista, mas
Heraldo Pereira sim era racista, pois trabalhava na Globo. Então,
para essa gente, o negro que trabalha na Globo não é
negro, é apenas um ser que não vale nada e deve ser
ofendido mesmo com ataques racistas. Vejam a entrevista no link abaixo e vejam como funciona a arte, por parte do movimento de negros, de transformar a vítima do racismo no culpado, e o autor do ato de racismo, a vítima da opressão.
Prova maior que o movimento de negros defendem apenas as suas pautas e os negros que as defendem e estão pouco se importando com o negro que as critica ou não se enquadra dentro dos padrões estabelecidos do que é ser negro na visão desses movimentos, foi quando um comerciante carioca foi acusado de racismo por vender a boneca negra mais barata do que a branca, como se o comerciante tivesse culpa de haver maior procura pelas bonecas brancas. Percebe-se que o movimento de negros está mais preocupado em defender bonecas do racismo que gente de carne e osso, se isso interessar suas políticas racialistas
.
Sobre
as cotas raciais, aonde
as cotas foram implementadas, não deram certo. Fracassaram na
Índia, Nigéria, e nos EUA. Fracassaram por um simples
motivo, explicado por Mises, que diz que políticas públicas
que buscam moldar uma sociedade frequentemente alcançam os
resultados inversamente proporcionais aos que desejam. E Thomas Sowel
completa, com o brilhantismo que lhe é habitual, que a idéia
de que a cota é temporária e perdurará até
a igualdade racial ser alcançada é impossível
visto que nenhuma sociedade isso foi alcançado, portanto, as
cotas tendem a ser uma política eterna (explicar as
contradições da cota).
E
essa política eterna interessa a certos grupos políticos,
incluindo movimentos de negros, para manter o negro sob seu domínio
ideológico, que busca uma política de busca do espaço
do negro através da política de estratificação
social, ganhando “feudos” para os negros, reservas de mercado e
de posicionamentos que vão de encontro à meritocracia.
Como
escapar dessa tentativa de dominação e haver uma
verdadeira liberdade do negro? A única forma é
construir uma sociedade meritocrática, onde o que vale é
a capacidade individual de cada um, não quaisquer outros
atributos, seja a etnia, a orientação sexual ou
quaisquer outras coisas. Para isso poder começar a ser
realizado, o negro e as minorias oprimidas não tem que exigir
que o Estado as proteja com reservas de mercado ou leis que os
beneficie, mas sim que o Estado cumpra o seu papel mínimo. A
meritocracia social absoluta é impossível, pois há
diversos fatores sociais e de nascimento que beneficiam uns e
prejudicam outros, porém, possibilitar e incentivar a ascensão
social pelo mérito individual é a base da construção
de uma sociedade que os indivíduos sempre almejem a
excelência.
Para
que isso possa ser possível, é fundamental que se
forneça de fato uma educação de qualidade à
todos, permitindo uma igualdade de oportunidades tanto para o pobre
quanto para o rico. Mas quem faz esse tipo de colocação
é o cidadão. Tornar o negro igual ao branco socialmente
é fazê-lo ver além da cor da pele, é
fazê-lo ver que somente se posicionando como cidadão que
exige igualdade perante à lei e que o Estado cumpra seu papel
mínimo e o deixe livre para realizar seus próprios fins
e objetivos é que haverá real emancipação
do negro. Quando, como Morgan Freeman, nos recusarmos a comemorar
dias da Consiciencia Negra e nos recusarmos a aceitar coisas abjetas
como “hino à negritude” é que nos veremos como
iguais. É quando o negro se torna não mais membro
coletivo de uma etnia, mas sim cidadão.
A
ciência provou que o conceito de raça, criado no século
XIX, é um fato superado. Neguinho da Beija Flor, por exemplo,
tem 70% de DNA branco, e um nazista declarado norte-americano possui
40% de DNA negro. Essa descoberta é um alivio, pois os maiores
crimes do século XX se deram em nome de ideologias políticas,
do Estado e em defesa de uma raça. Esses três elementos
são os eixos basilares do movimento negro (falar do conceito
de raça).
Por
isso, o sonho do Martin Luther King, que deseja que um dia seus
filhos sejam vistos não pela sua cor da pele, mas pelo seu
caráter, é o real ideal que deve ser buscado em uma
sociedade democrática e que não faz da sua
especificidade étnica fronteiras a serem erguidas ou uma
comunidade em conflito com outras por causa de sua cor da pele, mas
sim experiências enriquecedoras e agregadoras para uma
comunidade que aceite as diferenças dentro de limites éticos
como uma riqueza social a ser cultivada.
Para
finalizar a questão do quão nefasto é o racismo,
mesmo com supostas boas intenções de reparação
de uma dívida histórica, dois textos de Ayn Rand:
«Hoje,
o racismo é considerado crime se praticado por uma maioria —
mas um direito inalienável se praticado por uma minoria. A
noção de que a cultura de alguém é
superior a todas as outras porque representa as tradições
de seus ancestrais é considerada chauvinismo se adotada por
uma maioria — mas será chamada de orgulho “étnico”
se adotada por uma minoria. A resistência à mudança
e ao progresso é considerada reacionária se manifestada
por uma maioria — mas regredir a uma aldeia dos Bálcãs,
a uma tenda indígena ou à selva é aclamado se
isso é expresso por uma minoria.»
«O
racismo é a mais baixa, a mais cruelmente primitiva forma de
coletivismo. É a noção de atribuir um
significado moral, social ou político à linhagem
genética de uma pessoa — a noção de que os
traços intelectuais e de caráter de um indivíduo
são produzidos e transmitidos pela química interna de
seu corpo. O que quer dizer, na prática, que uma pessoa não
deve ser julgada por seu próprio caráter e suas
próprias ações, mas pelo caráter e pelas
ações de uma coletividade de ancestrais.
O
racismo alega que o conteúdo de uma mente humana (não
seu aparato cognitivo, mas seu conteúdo) é herdado; que
as convicções, valores e caráter são
determinados antes que a pessoa nasça, por fatores físicos
além do seu controle. Essa é a versão do homem
das cavernas para a doutrina das idéias inatas — ou do
conhecimento herdado — que foi completamente refutada pela
filosofia e pela ciência. O racismo é uma doutrina de
brutos, por brutos e para brutos. É uma versão de
celeiro ou de fazenda de gado do coletivismo, apropriada para uma
mentalidade que sabe a diferença entre as várias raças
de animais, mas não a diferença entre animais e seres
humanos.
Como
todas as formas de determinismo, o racismo invalida o atributo
específico que distingue o ser humano de todas as outras
espécies vivas: sua capacidade racional. O racismo nega dois
aspectos da vida humana: a razão e a escolha, ou a mente e a
moralidade, substituindo-os pela predestinação
química.»
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